A escrita e a leitura, nos dá entender o quanto é importante que a criança aprenda verdadeiramente a escrita, como um código alfabético, principalmente nos três primeiros anos da escola. Estamos certos também de que a criança antes mesmo de entrar na escola já começa a se relacionar com as letras e com a leitura delas, no seu cotidiano, com as coisas na rua e em casa.
A escrita não é apenas um “objeto de conhecimento” na escola. Como forma de linguagem, ela é constitutiva do conhecimento na interação. Não se trata, então, apenas de ensinar‟ (no sentido de transmitir) a escrita, mas de usar, fazer funcionar a escrita como interação e interlocução na sala de aula, experienciando a linguagem nas suas várias possibilidades. No movimento das interações sociais e nos momentos das interlocuções, a linguagem se cria, se transforma se constrói como conhecimento humano.
É este espaço das trocas, interlocuções e interações, onde os alunos possam incorporar articular, contestar e produzir sentidos e significados e que pressupõe diálogo, que será possível compreender o processo de apropriação das diversas linguagens, e especialmente da linguagem escrita, e neste sentido, a compreensão da dinâmica do processo de alfabetização.
Trabalhar desta forma implica criar espaços em sala de aula onde todos tenham poder de decisão e iniciativa, segurança para atuar e resolver seus problemas, flexibilidade a ponto de permitir que se possa lidar com as situações imprevistas e persistência para atingir os objetivos que foram propostos.
Acredito que uma boa proposta de ensino seja que a escola proporcione aos alunos o contato com diferentes gêneros e suportes de textos escritos, através, por exemplo, da vivência e do conhecimento dos espaços de circulação dos textos, das formas de aquisição e acesso aos textos e dos diversos suportes da escrita.
É de extrema importância que a escola propicie a reflexão dos alunos sobre as diferentes possibilidades de emprego da língua, o que implica, certamente, a rejeição de uma tradição de ensino apenas transmissiva, preocupada em oferecer ao aluno conceitos e regras prontas que privilegiem a memorização.
Uma proposta adequada para o ensino de língua deve prever não só o desenvolvimento de capacidades necessárias às práticas de leitura e escrita, mas também de fala e escuta compreensiva em diferentes contextos sociais.
Existem diversos gêneros textuais que propiciam o trabalho de reflexão sobre as palavras, tais como: poemas, cantigas, parlendas, trava-línguas, etc., além da exploração com o nome próprio, que é fundamental, servindo como escrita estável e de referência para o alfabetizando.
Não se pode esquecer que atividades que envolvam uma reflexão sobre as propriedades da palavra, ou seja, quantidade de letras e sílabas, ordem e posição das letras, que envolvam a comparação entre elas, segundo a sua quantidade de letras e sílabas iguais ou diferentes, e que envolvam exploração de rimas, ou seja, mesma letra inicial, mesmo som final, etc. devem acontecer diariamente e de forma sistemática.
Enfim, a concepção de que a aquisição da escrita não se dá desvinculada ao processo de letramento, na qual se faz necessário ficar atenta a finalidade comunicativa da língua e aos interlocutores envolvidos nesse processo de
interação, nos remete ao compromisso de incluir na escola práticas autênticas de uso dos diversos tipos de material escrito presentes na sociedade, na tentativa de torná-los leitores e escritores competentes e autônomos.
Brenda de Castro Leal
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