quarta-feira, 2 de abril de 2014

RESENHA DO ARTIGO – ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS PARA O ENSINO DE ALUNOS SURDOS

O artigo Estratégias Metodológicas para o ensino de alunos surdos, leva o leitor a refletir sobre ser professor de um aluno surdo, a importância de considerar as singularidades no processo de apreensão e construção da aprendizagem por partes desses alunos que é diferente quando comparado aos alunos ouvintes, e também ressaltasse a necessidade da parceria entre o professor e o interprete de Libras.
Como se sabe a Libras é língua pela qual os surdos podem se comunicar, não somente com surdos, mas também com ouvintes. Dessa forma o texto traz um importante ponto que é pensar em uma Pedagogia Visual, que atente para os recursos visuais, ainda mais no mundo de hoje que vivemos rodeados por todo tipo de tecnologia (televisões, computadores, celulares). E o mundo dos surdos é um mundo visual, pois eles aprendem através de uma língua visuogestual, onde os aprendizados são construídos através das imagens.
Sendo assim, percebe-se a importância de explorar o mundo visual que a Libras possui, e também os recursos tecnológicos para favorecer a aprendizagem do aluno surdo e também do aluno ouvinte, pois quanto mais rica, mais dinâmica for a aula, todos saem beneficiados. Porém, quando se fala em Libras, aprender através de imagens, não se trata apenas do uso de gestos ou mímicas, é um trabalho com signos em língua de sinais, os braços, pernas, pés, mãos, expressões faciais e corporais, tudo isso para os surdos ajuda a entender o significado do que querem lhes dizer através dos movimentos, dos gestos.
Alguns autores defendem e dizem que isso se trata de uma semiótica imagética, um novo campo que explora a gestualidade, nesse campo fala-se da cultura do olhar, ou seja que uma imagem pode levar a compreensão de muitos elementos, que pode-se conseguir adquirir muitos aprendizados através de uma imagem sem a presença de nenhum texto. As imagens tem o poder muito grande de configurar as opiniões das pessoas, dessa forma a televisão, revistas, fazem muito o uso desse artifício como meio de prender a atenção dos sujeitos, para lhes passar uma mensagem, vender um produto. As imagens podem contar a história de tempos passados  e atuais sem o auxilio de textos, contando apenas com a compreensão de quem a olha, de quem a interpreta. Por isso, com o mundo de possibilidade que a leitura de imagens fornece, a escola poderia explorar bem mais esse método na busca da construção de sentidos, de uma aprendizagem mais significativa.
Então, os elementos imagéticos (mapas, maquetes, gráficos, desenhos, vídeos, mapas conceituais) são ótimos materiais que podem auxiliar muito um professor na hora de explicar um conteúdo, e isso também facilita muito o trabalho do interprete de Libras, pois a informação visual torna mais fácil para o surdo construir conceitos sobre o conteúdo e assim oportunizar uma aprendizagem mais reflexiva e efetiva.
A língua de sinas, por suas características visuogestuais, possui uma diversidade de signos e de outros sistemas de significação por meio da velocidade, movimentação e da expressividade da leveza das mãos, dos braços, e das expressões faciais, desse modo é necessário que o professor utilize da língua de sinais e a complemente utilizando todos os recursos visuais possíveis para ajudar na aprendizagem dos alunos surdos e dos ouvintes também.
Além disso, preparar uma boa aula não significa apenas dominar a língua de sinais, e o conteúdo proposto, é preciso também ter uma boa aula bem elaborada, com um bom planejamento e estratégias adequadas as necessidades da turma. Elaborar boas aula, visualmente claras facilitam a atuação do interprete e a compreensão do aluno surdo, uma apresentação de slides, é um ótimo recurso para ajudar na construção do sentidos dos ensinamentos, e ao somente por parte dos alunos surdos, mas dos ouvintes também. Uma aula bem elaborada contribui com o aprendizado de todos dentro da sala de aula.
O professor não precisa dominar a língua de sinais, mas claro precisa ter um bom conhecimento sobre ela, pois ajuda na hora de planejar sua aula, porém é direito do educador que tenha algum aluno surdo ter em sua sala de aula um interprete de Libras, pois este é quem irá possibilitar o acesso às informações e conteúdos ministrados pelo professor ao aluno surdo, traduzindo e interpretando da língua de sinais para a língua portuguesa e vice-versa. Nesse caso, é dever do professor auxiliar o interprete de Libras nas suas práticas.
Desse modo entende-se a importância de se fazer o planejamento das aulas, e no caso de se ter um aluno surdo se torna mais importante ainda, pois quando mais estratégias diferenciadas melhor para a busca da aprendizagem deste aluno, e esse ato de planejar com certeza fica mais rico e adequado quando professor e interprete de Libras fazem juntos, pois o professor domina o conteúdo, que as vezes o ILS pode desconhecer, e nesse momento ele pode tomar conhecimento e tirar suas dúvidas sobre o conteúdo para facilitar a sua tradução, já o ILS pode dizer, auxiliar na busca de estratégias que ajudem o aluno surdo, pois o interprete pelo contato mais direto com o este educando, o conhece melhor, conseqüentemente conhece suas potencialidades e dificuldades e assim pode ajudar o professor a planejar a aula adequada as necessidades daquele aluno. Essa parceria é muito importante que vai além do planejamento, outro momento importante é na hora de avaliar o aluno surdo, o professor deve pedir que o interprete o ajude, pois é ele quem convive mais com este aluno e tem bastante conhecimento sobre os seus avanços e suas limitações.
Portanto, é possível afirmar que a língua de sinais, além de estar garantida por lei, ela é de suma importância para o aprendizado do aluno surdo, e como foi possível perceber através da leitura do artigo o professor não precisa dominar a língua de sinais, pois ele tem o direito de ter um interprete de Libras em sua sala de aula para lhe auxiliar nas práticas com o aluno surdo. Além do mais, é necessário ressaltar a importância do planejamento, de quanto este ato enriquece uma aula, tornando-a mais rica, adequada e com sentido, e que se este ato for feito em conjunto, professor e ILS planejando juntos, pode tornar o aprendizado do aluno surdo mais simples.
Outro detalhe importante é que o professor precisa ter consciência de que é preciso ter, utilizar uma estratégia metodológica diferenciada para trabalhar com os alunos surdos, pois o jeito como eles aprendem, compreendem as coisas é diferente dos alunos surdos, começando pelo fato de que eles aprendem através das imagens, constroem o sentido do mundo, das coisas que o rodeiam pelas imagens, então criar estratégias que contemplem isso é necessário para conseguir que esse aluno tenha uma aprendizagem efetiva. Hoje vivemos em um mundo tecnológico, midiático, e é preciso usar isso a favor da aprendizagem, levar para a sala de aula vídeos, propagandas, slides bem elaborados, mapas conceituais, maquetes, recortes de revistas, de jornais, levar coisas que os alunos possam ver, tocar, pode ajudar a ampliar as possibilidades de construção dos significados que os alunos surdos e ouvintes dão aos aprendizados, conhecimentos que adquirem.

Ser professor de um aluno surdo pode não ser uma tarefa muito fácil, principalmente no inicio, mas com certeza é possível, principalmente através do uso da língua de sinais. E com o tempo, com a convivência com o aluno surdo, com a prática, planejar uma aula adequada se torna mais simples, pois o professor já terá mais segurança, conhecerá bem o seu educando, e as estratégias com que ele aprende mais rápido e melhor. E também a parceria entre professor e interprete da língua de sinais, enriquece o processo de planejar, as aulas e principalmente o processos ensino aprendizagem do aluno surdo.

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