quarta-feira, 2 de abril de 2014

Prática docente

Resumo
            O presente trabalho tem como objetivo relatar as experiências vivenciadas durante o período de estágio de Educação Infantil e assim confrontar, comparar teoria e prática através da pesquisa bibliográfica, o estágio foi realizado na Escola Municipal de Educação Infantil Cristo Educador, na turma de Pré-escola nível B, composta por vinte e quatro alunos, com idade a partir de cinco anos. Este trabalho ainda aborda alguns temas como a importância do estágio para a formação acadêmica, a Educação Infantil, o papel do educador, o aprender e os tempos de cada um e a arte de ensinar.



Palavras-chave: escola, estágio, educação infantil, planejamento.

1.    Apresentação


Este trabalho está organizado de uma maneira que possibilite o entendimento sobre a importância do estágio e as experiências adquiridas no mesmo. Dessa maneira, inicia-se falando sobre o estágio, que é garantido por lei e obrigatório para formação acadêmica e não somente isso, ele permite a aproximação da realidade da profissão que foi escolhida para estudar e exercer.  Após fala-se sobre o primeiro item A Educação Infantil, que é a primeira etapa da educação básica, e que diferente de alguns anos atrás hoje ela começa a ser valorizada. Essa etapa é assegurada pela LDB, que a define e também os aspectos que devem ser desenvolvidos. Além disso, é abordada a importância dessa etapa para a formação das crianças e o que se aprende nesse período será levado para sempre.
No segundo item, aborda-se sobre O Papel do Educador, como foram as ações desenvolvidas durante o estágio a fim de responder as demandas encontradas. E qual é o papel do professor e de alguns fatores previsíveis e imprevisíveis fazem parte da rotina do mesmo. Além disso, comenta-se sobre a importância do planejamento para o educador poder desenvolver um bom trabalho, de quanto o professor precisa estar atento e ser sensível para identificar as dificuldades e potencialidades dos alunos para poder elaborar um planejamento adequado para conseguir que os alunos aprendam.
No terceiro item, será abordado o assunto Aprender e os diferentes tempos, que esclarece que cada criança é única, tendo o seu tempo e ritmo para aprender, onde uns são mais lentos, ou mais rápidos do que os outros, mas que todos dentro das facilidades e limitações são capazes de aprender. E o professor precisa identificar as características de cada um a fim de elaborar atividades que estimulem adequadamente a todos.
Já quarto item, será falado sobre A arte de educar, e de como a profissão de professor é importante e que assim como nas outras etapas o educador da Educação Infantil tem muitas responsabilidades, e que ele deve sempre ter conhecimento dos conteúdos a serem ensinados, da rotina e organização da escola e da sala de aula e também dos processos de construção do conhecimento para assim planejar de forma que todos possam aprender. Além disso, comenta-se sobre o conhecimento que o educador deve ter de seus alunos e suas realidades, respeitando sempre os saberes que cada um traz consigo, pois a escola deve ser um lugar de conquista da autonomia, de mudança, de generosidade, de pesquisa, criticidade e de utopia.
E por fim a conclusão, que confirma a importância do estágio para a formação acadêmica, pois este é um período de aproximação da realidade, rotina de uma escola e de uma sala de aula, é o momento de colocar em prática tudo o que foi estudado e de adquirir novos conhecimentos.


            O estágio é um período no qual se pode colocar em prática tudo o que aprendeu, o que leu, as teorias estudadas, mas além disso é o momento de aquisição de novos saberes, de experiência. A teoria é muito importante, pois é ela que da  o suporte, que da a base para entender como funciona uma escola, uma sala de aula, a rotina de um professor, as atitudes das crianças, enfim ela é um recurso muito importante para se realizar um bom trabalho, no entanto, no dia a dia da sala de aula o que se encontra nem sempre é o que está na teoria, são muitas as situações, os acontecimentos, a diversidade é muito grande e nessa hora a tranqüilidade, a experiência, ajudam muito a como saber trabalhar com as diversas situações de uma escola.
Segundo a LDB, art. 61 parágrafo único:
A formação dos profissionais da educação, de modo a atender às especificidades do exercício de suas atividades, bem como os objetivos das diferentes etapas e modalidades da educação básica, terá como fundamentos:
II – a associação entre teorias e práticas, mediante estágios supervisionados e capacitação em serviço.
            Então conforme a lei o estágio supervisionado é algo obrigatório, requisito para a formação profissional, além disso, o período de estágio é um momento de reflexão, sobre os aprendizados adquiridos e os que precisam ser aprendidos, é uma aproximação da realidade profissional escolhida, é possível observar, vivenciar, analisar, questionar as potencialidades e dificuldades da área de atuação, mas jamais julgando os demais profissionais sobre as suas formas de trabalho, pois cada um desempenha suas funções de acordo com os seus pensamentos, seus ideais, e o estágio proporciona essa vivência, a qual faz com que o aluno comece a buscar, formar, identificar qual será seu perfil profissional e como será seus métodos de trabalho.
            Conforme Cury (2008), pág. 58:
Um bom professor educa seus alunos para uma profissão, um professor fascinante os educa para a vida. Professores fascinantes são profissionais revolucionários. Ninguém sabe avaliar o seu poder, nem eles mesmos. Eles mudam paradigmas, transformam o destino de um povo e de um sistema social sem armas, tão somente por prepararem seus alunos para a vida através do espetáculo das suas idéias.
            O estágio permite a aquisição de experiência, o confronto entre teoria e prática, e ainda possibilita a observação dos diversos métodos usados pelos professores na busca da aprendizagem dos seus alunos. É o momento de se pensar criticamente a própria prática e a dos demais profissionais, e assim incorporar as melhores idéias, as melhores sugestões na sua rotina. Esse período permite o entendimento da grande dimensão sobre o que é ser professor, da importância que essa profissão tem, ou deveria ter diante da sociedade, pois é através dela que todas as outras profissões acontecem.

2.1 A Educação Infantil


O estágio de Prática docente I foi realizado na Educação Infantil, em uma turma de Pré escola, nível B, que atende crianças de cinco anos. De acordo com a LDB, art. 29, “A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral das crianças de até cinco anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.”
Faz alguns anos, que a educação infantil começou a ser valorizada, pois até então as escolas, creches eram vistas apenas como locais onde os filhos iriam ser cuidados, receber alimentação, seriam higienizados e poderiam brincar, porém hoje, além desses aspectos as crianças que freqüentam as escolas de educação infantil recebem outros estímulos, que não somente cuidar, mas também educar.
A educação infantil pode-se dizer que é o primeiro contato com a vida em grupo, em sociedade que as crianças tem, pois existe a separação temporária dos pais, o convívio com outras pessoas como os professores, as crianças, elas começam a aprender sobre os seus direitos e deveres e recebem ensinamentos diferentes dos que recebem em casa.
      Segundo Tiba (2007), pág. 187:
A rigor, a educação escolar é diferente da familiar. Não há como uma substituir a outra, pois ambas são complementares. Não se pode delegar à escola parte da educação familiar, pois esta é única e exclusiva, voltada à formação de caráter e aos padrões de comportamentos familiares. A escola nunca deve absorver a educação familiar, pois o seu objetivo é prepara profissionalmente seus alunos, cuidando portanto da convivência grupal e social.
Então se percebe a importância da educação infantil, não somente para o crescimento referente a educação, mas também como seres humanos, pois os aprendizados que as crianças adquirem nessa etapa serão levados pela vida toda, como aprender a espera e dar a vez, aprender a escutar e esperar para falar, a ter cuidado com seus materiais, com o ambiente em que está, com o próprio corpo, cuidando da higiene, lavar as mãos, escovar o dentes, começa a ter entendimento sobre os cuidados com uma alimentação saudável.
• Fala fluentemente, utilizando corretamente o plural, os pronomes e os tempos verbais;
• Grande interesse pelas palavras e a linguagem;
• Pode gaguejar se estiver muito cansada ou nervosa;
• Segue instruções e aceita supervisão;
• Conhece as cores, os números, etc
• Capacidade para memorizar histórias e repeti-las;
• É capaz de agrupar e ordenar objetos tendo em conta o tamanho (do menor ao maior);
• Começa a entender os conceitos de "antes" e "depois", "em cima" e "em baixo", etc., bem como conceitos de tempo: "ontem", "hoje", "amanhã";( http://www.mundodoabc.com.br)
      As crianças de cinco anos, da pré escola nível B, possuem uma grande capacidade intelectual, muitas vezes o potencial de aprendizagem das crianças são menosprezadas, o próprio professor na hora de elaborar as atividades pode imaginar que elas não irão conseguir desenvolver, mas elas são muito ágeis, realizam diversas atividades com muita tranqüilidade, ainda mais quantas ela são da suas preferências.
      Por isso a importância de se conhecer a turma com a qual irá trabalhar quais as potencialidades e dificuldades que os alunos possuem, pois assim pode-se, planejar o tempo, as atividades conforme as necessidades das crianças. O planejamento não garante o sucesso, que tudo o que está no plano acontecerá perfeitamente, mas ele da segurança para o educador poder trabalhar seguindo uma seqüência, para que as atividades tenham sentido para os alunos, além disso, assim o professor consegue dominar as diversas situações que podem ocorrer, o educador que conhece bem a sua turma e faz um planejamento adequado conseguirá driblar os fatos inesperados, pois já terá imaginado que tal fato poderia acontecer.
      Para Menegola e Sant’Anna (2001, p.25)
Planejar o processo educativo é planejar o indefinido, porque educação não é o processo, cujos resultados podem ser totalmente pré-definidos , determinados ou pré-escolhidos, como se fossem produtos de correntes de uma ação puramente mecânica e impensável. Devemos, pois, planejar a ação educativa para o homem não impondo-lhe diretrizes que o alheiem. Permitindo, com isso, que a educação, ajude o homem a ser criador de sua história.
            Então assim como qualquer outra etapa da educação, o professor de educação infantil deve fazer um planejamento para dar sua aula, contemplando todas as necessidades de seus alunos, pois esta etapa é tão importante quanto as outras e essa ainda tem um diferencial muito importante, pois esta etapa é a iniciação da crinaças na vida escolar, no ambiente escolar e assim precisa ser estimulado, cuidado e educado da melhor forma possível, pois tudo o que acontecer nesse período, seja bom ou ruim irá refletir sempre na vida das crianças.
Brasil CNE/CEB 2009
“...é preciso haver a estruturação de espaços que facilitem que as crianças interajam e construam sua cultura de pares, e favoreçam o contato com a diversidade de produtos culturais (livros de literatura, brinquedos, objetos e outros materiais), de manifestações artísticas e com elementos da natureza. Junto com isso, há necessidade de uma infra-estrutura e de formas de funcionamento da instituição que garantam ao espaço físico a adequada conservação, acessibilidade, estática, ventilação, insolação, luminosidade, acústica, higiene, segurança e dimensões em relação ao tamanho dos grupos e ao tipo de atividades realizadas.
            Durante o estágio foi possível perceber que quando as crianças são estimuladas e aprendem a ter limites, responsabilidades, cuidados, esses aspectos começam a fazer parte da rotina delas que não precisam nem ser lembradas. Na sala de aula da turma onde foi realizado o estágio, os livros e brinquedos estão ao alcance dos alunos, onde lês podem pegar brincar, manusear, ler e após eles próprios sabem os lugares onde guardar. Então, são muitos os aprendizados durante esses momentos de pegar, guardar os brinquedos e livros, pois eles já entendem a importância de manter o espaço em que estão organizados e que deve ser cuidado por todos e que cada um possui suas responsabilidades.
            Outro detalhe importante da educação infantil é a organização dos tempos, pois conforme Brasil,( CNE/CEB, 2009):
“... o planejamento curricular deve assegurar condições para a organização do tempo cotidiano das instituições de educação infantil de modo a equilibrar continuidade e inovação nas atividades, movimentação e concentração das crianças, momentos de segurança e momentos de desafio na participação das mesmas, e articular seus ritmos individuais, vivências pessoais e experiências coletivas com crianças e adultos.”
O educador ao planejar precisa levar em consideração o tempo, que é fator imprescindível para o bom andamento da aula, pois as atividades precisam estar adaptadas ao tempo da escola, como os horários da entrada, do lanche, do recreio, da saída e também o tempo, ritmo das crianças, pois cada um tem o seu tempo de aprendizagem, de entendimento das atividades.
As crianças se distraem facilmente, assim como eles amam uma atividade, logo já querem outra, por isso o tempo da EI, deve ser bem planejado, afim de contemplar atividades de concentração, de atenção, de desafios, de imaginação, de brincadeiras, de atividade físicas, estimulando eles completamente, a mente e o corpo.
A rotina na educação infantil possui relevância por apresentar uma certa regularidade na organização do tempo, tão necessária às diferentes idades. Isso porque as atividades que se repetem regularmente passam a atuar como reguladores do tempo para as crianças, permitindo que ela se organizam no espaço e no tempo por meio de referências que se tornam estáveis, como o horário do parque, do almoço, do lanche, do sono etc. (A organização dos espaços, dos materiais e dos tempos na Educação Infantil).
            Dessa forma percebe-se a importância de se ter um planejamento bem elaborado, e de ter uma rotina para que as crianças consigam entender o funcionamento da escola e da sala de aula, sabendo como funcionária a aula, qual será o horário para brincar, para estudar, para lanchar.
            Então, o papel do professor é o de mediador, de estimulador, e na educação infantil cabe ao professor mostrar o “mundo”, a sociedade, dar a eles a oportunidade de imaginarem, de criar, de sonhar, de brincar, de aprender. Também cabe ao professor avaliar, mas não para dizer o que é certo ou errado, se o aluno é capaz ou não, mas usar a avaliação como forma de diagnosticar possíveis dificuldades que os alunos vem enfrentando e assim o que é possível fazer para supera-las, e tornar ainda melhor o que já esta bom.
            Segundo a LDB, art. 31:
I – avaliação mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento das crianças, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental;
V – expedição de documentação que permita atestar os processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança.
Então a avaliação na educação infantil, tem o objetivo de diagnosticar, de analisar, observar os alunos para assim perceber quais são as dificuldades e potencialidades, para que o professor possa dessa forma, elaborar novas atividades que estimulem que aprimore as qualidades dos alunos e consiga eliminar, ou diminuir as limitações das crianças.
Portanto, o professor principalmente de educação infantil tem um papel social muito importante, pois cabe a ele inicializar as crianças no mundo em sociedade, a convivência em grupo, no mundo letrado, da alfabetização, é nesse momento que os alunos começam a entender que possuem direitos, mas também deveres, que seus atos terão conseqüência, que todos devem ser respeitados sem importar cor, sexo, classe social. O professor deve respeitar seus alunos, e o saberes que cada um possui e estimular a aprendizagem de novos saberes, adequando a realidade de cada um. O professor precisa humanizar o processo do ensino aprendizagem, dando ao ato de cuidar e educar, um toque de amor, de generosidade, sensibilidade, flexibilidade, curiosidade, ética e alegria.

2.2  O Papel do Educador

O estágio é um momento muito importante para a formação acadêmica, profissional e humana de qualquer pessoa, pois é nesse período que se coloca em prática tudo o que foi estudado e ainda pode-se adquirir experiência, por isso no inicio do estágio o nervoso esta sempre presente, pois embora já se tenha feito um acompanhamento da turma e já a conheça um pouco, parece não ser o suficiente para elaborar um bom planejamento. Entretanto pode-se dizer que o plano elaborado teve sucesso, sendo alterado, adequado quando as situações exigiram, e é isso que faz as coisas funcionarem, ter a flexibilidade necessária, o entendimento de que algumas vezes é preciso mudar, levar mais tarefas, fazer algumas em ambientes diferentes da sala de aula.
O professor precisa ter muita sensibilidade e atenção, pois as crianças conseguem expressar no rosto o que gostam ou não, conhecer os alunos  é o melhor elemento para ajudar a elaborar o planejamento, pois assim conseguirá elaborar um plano adequado ao nível, ritmo, necessidades da turma, o que ajudará a conseguir uma real aprendizagem, conquistando aprendizagem de todos. E é isso que o professor deve buscar, a participação dos alunos, planejar atividades que oportunize essa situação, buscando, e estimulando nas crianças a autonomia, para que eles mesmos possam ser os construtores da sua própria história, da sua própria aprendizagem.
Durante o estágio esse aspecto sempre foi muito valorizado, buscou-se a interação, a integração com os alunos, para conhecê-los melhor, assim como os seus medos, angústias, desejos, sonhos, alegrias, e isso permite uma aproximação dos alunos, onde a convivência entre professor e estudante passa a ser mais do que a de ensinar e aprender começa a ter o carinho, o amor, que principalmente para as crianças é essencial, pois quando elas se sentem amadas, seguras é mais fácil para elas se desinibir e começar a aprender com tranqüilidade.
Talvez pelo fato do estágio ter sido mais para o final do ano, e as crianças estarem muito acostumadas com a sua professora, algumas crianças no início demonstraram um certo distanciamento, mas aos poucos com paciência, com conversas, com um pedido de ajuda os relacionamentos mudaram, porque o que as crianças sentem é o medo da rejeição, o medo de errar e assim de serem deixadas de lado, porém quando eles vêem o professore não como alguém soberano, dono da verdade, mas sim como alguém que também esta aprendendo, que também precisa de ajuda eles se sentem tranqüilos. Diante de uma pessoa nova, o que eles querem é dar o melhor de si, fazer o trabalho o mais perfeito possível e eles acabam se cobrando muito em relação a isso, então cabe ao professor mediar a situação.
Ao decorrer do estágio foi possível perceber a importância do dialogo, dos combinados, das regras, dos limites, pois a turma é bem tranqüila, a professora titular sempre fez um trabalho muito grande com eles sobre a questão dos limites, do respeito, da organização deles e do ambiente onde estão, por isso, não enfrentou-se problemas de indisciplina com eles, quando algo começava a sair do normal, conversava-se com eles, relembrava os combinados com toda a turma e tudo seguia normalmente. Dessa forma, sabendo que a professora era muito exigente com esses aspectos sempre foi tomado um grande cuidado com isso, para que esse trabalho continuasse.
O papel como professor neste estágio foi o de dar continuidade ao trabalho da professora titular, até porque foi um pedido dela, pois estava no final de ano praticamente, e os alunos ainda tinham muitas coisas a aprender, pois na visão dela, as crianças do pré B, tem que sair já quase alfabetizadas, conhecendo todas as letras, números, ela se mostra muito exigente com a turma sobre isso. Como o estágio não é para julgar os métodos de outros profissionais, mas sim para aprender, foi feito o planejamento conforme as necessidades que a professora relatou, e as necessidades da turma, tentando buscar sempre o equilíbrio para ensinar com prazer.
Nova Escola (2013, pág. 30)
Por que a Educação Infantil é importante para a formação das crianças?
Ana – Ela permite o acesso dos pequenos a um conjunto de saberes criado pelos homens em todos os campos do conhecimento – o que inclui a cultura formal, mas não só ela. Esse contato é essencial principalmente para os que têm pouco acesso aos livros, às brincadeiras e a outras oportunidades. Na escola desde cedo, eles também têm a chance de aprender em boas propostas de literatura e música, desenvolver a expressão artística e a linguagem oral, conviver com outras pessoas, resolver situações matemáticas, se aproximar do mundo da escrita e conhecer o que está além de suas experiências pessoais.
            Então, a Educação Infantil, é o momento de inicializar a criança no mundo da escrita, claro que muitas crianças tem mais facilidade e já escrevem seu nome tranquilamente, já outras ainda não, mas isso não significa que não são capazes, apenas não estão preparadas, maduras o suficiente para esta etapa. Na EI, a criança precisa descobrir o mundo através das brincadeiras, das imitações, do faz de conta, através da leitura, do conto, da conversa, da exploração de diversos materiais. E com o contato com as crianças é possível observar o quanto eles gostam de manipular diferentes objetos, diferentes texturas, de trabalhar com tinta, com recorte e colagem, de cantar, de contar ouvir histórias.
E eles são muito capazes, determinadas atividades que são planejadas no inicio parecem que serão muito difíceis para eles desenvolverem, mas se é algo que eles gostam eles se empenham, e fazem rapidamente e com perfeição. Foi realizada uma atividade onde eles teriam que escrever a história dos Três Porquinhos, como eles não sabiam escrever o texto foi escrito pelas professoras, mas quem ditou a história foram eles, com detalhes e tudo, demonstrando que eles têm muita capacidade e isso precisa ser estimulado.
A falta de experiência faz com que o trabalho seja feito com muita cautela, as vezes até demais o que acaba impedindo de ousar, mas isso percebe-se que com o tempo, com o passar dos dias, com  o conhecimento da turma, dos alunos, pode-se inovar e usar da criatividade. Durante o estágio, todas as atividades exigiam muito envolvimento e participação das crianças, porém o que poderia ter sido realizado mais, seriam atividades de pátio, de circuitos. Mas como professor trabalha com o inesperado, o imprevisível é preciso saber lidar com as situações adaptando-as quando necessário, um educador trabalha com fatores esperado e inesperados e estes que um poder muito grande de influenciar o desenvolvimento de um planejamento, pois professor trabalha com crianças, com emoções, com desejos, com o tempo, com o sol, a chuva, o frio, o calor, a fome, o sono, são muitos os fatores e todos eles precisam ser lembrados na hora da elaboração e execução do planejamento.

2.3  Aprender e os diferentes tempos


Na turma onde foi realizado o estágio, pode-se dizer que todos estão praticamente no mesmo nível de aprendizagem, ou seja, todas as atividades que foram planejadas eles conseguiram desenvolver com facilidade, com bom desempenho, há três alunos que tem um ritmo mais lento, que ainda precisam de ficha para escrever o nome, mas conseguem realizar cópia do quadro, mas nas outras tarefas conseguem desenvolver tranquilamente. O que é possível perceber que nesses três casos, dois são muito distraídos e o outro muito tímido, mas os alunos são acompanhados pela Psicopedagoga, mas mesmo assim essas crianças conseguem trabalhar, realizar todas as atividades e acompanhar os demais colegas.
            O planejamento não teve que ter nenhum diferencial, pois todos conseguiam desenvolver as atividades, o que teve que  ter era o acréscimo de mais algumas tarefas, para os que iam terminando fossem realizando outras, para não atrapalhar os coleguinhas que demoravam mais tempo.
Conforme Cury (2008, pág. 10), “Há um mundo a ser descoberto dentro de cada criança e de cada jovem. Só não consegue descobri-lo quem está encarcerado dentro do seu próprio mundo”. O professor deve estar sempre disposto, a ensinar, mas também aprender e as crianças têm muito a ensinar, elas tem facilidade, curiosidade, imaginação que permite a elas ter o desejo de “desvendar todos os mistérios”, elas tem sede de conhecimento, e muitas vezes nem precisa a intervenção do professor, basta dar as dicas que elas conseguem.
O professor precisa ter muito cuidado com relação aos seus alunos, no sentido de nunca julgar, rotular, cada um é de um jeito e possui uma maneira única de aprender, na turma todos conseguem desenvolver as atividades, mas cada um no seu tempo, us mais rápidos outros mais lentos, e também depende de cada atividade, pois uns tem mais facilidades em umas do que em outras, mas todos são capazes dentro do seu potencial, das suas limitações todos podem.
De acordo com Tiba (2007, pág. 188)
A escola sozinha não é responsável pela formação da personalidade, mas tem papel complementar ao da família. Por mais que a escola infantil propicie um clima familiar á criança, ainda assim é apenas a sua escola. E a escola oferece condições de educação muito diferentes das existentes na família. A criança passa a pertencer a uma coletividade, que é sua turma, sua classe, sua escola. É um crescimento em relação ao “eu” de casa, onde ele é praticamente o centro.
Então a escola de Educação Infantil tem muitas responsabilidades e ensinamentos a dar para as crianças, que junto com a família começara a dar formação ao caráter das crianças, e o respeito as diferenças é um dos mais importantes e que deve ser ensinado desde o início e sempre, pois muitas crianças e jovens, perdem o amor pelos estudos e até mesmo desistem pelo fato de serem julgados pelo próprio professor e pelos colegas de incapaz, quando muitas vezes o que acontece é que possui dificuldades ou demora mais tempo para aprender.
Cada aluno é único, com características físicas, psicológicas, sociais, culturais, emocionais diferentes que devem ser respeitadas, valorizadas, estimuladas, aprimoradas, trabalhadas. O professor precisa sempre estar pensando criticamente a sua prática a fim de observar se está conseguindo fazer com que todos seus alunos aprendam, estão evoluindo. E na turma mesmo que conseguiam fazer as atividades, cada um tinha um ritmo, mas sempre todos forma respeitados, buscando outras alternativas para manter todos trabalhando na hora das atividades, dando para os que já tinham terminado outra tarefa para fazer.
A aprendizagem foi diagnosticada pode-se que dizer que em todos os alunos, todos desempenharam bem as atividades, participaram de todas, demonstraram interesse e quando tinham dificuldades pediam ajuda e sempre conseguiam saná-las. A turma é bastante evoluída em todos os sentidos, na questão de limites, de respeito com a professora, com os colegas, com a escola e também na aprendizagem, eles já conhecem todo o alfabeto, os números, conhecem e gostam de ler e contar histórias.
Segundo Freire (1996, pág. 38):
A grande tarefa do sujeito que pensa certo não é transferir, depositar, oferecer, doar ao outro, tomado como paciente de seu pensar, a inteligibilidade das coisas, dos fatos, dos conceitos. A tarefa coerente do educador que pensa certo é, exercendo como ser humano a irrecusável prática de inteligir, desafiar o educando com quem se comunica e aquém comunica, produzir sua compreensão do que vem sendo comunicado. Não há inteligibilidade que não seja comunicação e intercomunicação e que não se funde na dialogicidade. O pensar certo por isso é dialógico e não polêmico
Sendo assim uma grande tarefa do professor é manter sempre um dialogo com seus alunos, afim de observar, diagnosticar quais estão sendo as dificuldades que os alunos vem enfrentando e junto com eles procurar a melhor forma de acabar com elas. Durante o dialogo o professor pode descobrir quais são os tipos de atividades que os alunos têm mais afinidade e assim buscar adaptar seu planejamento de forma a contemplar a necessidades deles. O educador não é o sabedor da verdade, seus saberes podem e devem ser questionados, para que assim esteja sempre aprimorando seus conhecimentos, e na sala de aula não é somente os alunos que tem que se adaptar aos métodos de ensino do professor, este deve modificar, ser flexível quando as situações exigirem para ser possível estimular os seus alunos a aprenderem.

2.4  A arte de educar


Ser professor é uma dádiva, é algo inexplicável, pois ele tem o “poder” de transmitir seus conhecimentos, possibilitar aos educandos o aprendizado de novas coisas e assim também com o professor que deve estar em constante aprendizado, todas as experiências que vive lhe dão mais suporte, mais entendimento para lidar com a diversidade que forma uma sala de aula.
A profissão de docente é muito importante, pois através dela que todas as outras existem, todos um dia na vida passaram por um professor. Este na Educação Infantil trabalha lado a lado com a família, na construção dos aspectos físico, emocional, cognitivo, cultural, formando identidades, caráter, e principalmente nessa etapa as atitudes do professor serão lavadas para sempre, pois o que se aprende na EI serão os ensinamentos básicos da jornada escolar de um estudante que refletirão sempre nas atitudes dos mesmos, sendo boas ou ruins dependendo das vivências que viveu nesse período.
Dessa forma percebe-se a importância de um professor e de quanto este precisa estar preparado, qualificado, sempre pensando criticamente a sua prática. Além disso, algumas coisas são básica para que um professor consiga ter um bom desempenho, ele precisa conhecer os conteúdos, organização da sala de aula, rotina da escola, realidade dos alunos e os processos de construção do conhecimento, a partir disso poderá elaborar um planejamento adequado ao nível, e necessidades da turma.
O planejamento é fundamental na rotina de um professor, ele dá suporte, da a segurança para o professor desenvolver sua aula, não que este documento não possa ser flexível, pelo contrário, sempre que necessário as mudanças devem ser feitas, mas ao planejar o professor esquematiza os conteúdos, os conhecimentos, seguindo uma seqüência a fim de facilitar e oportunizar uma verdadeira aprendizagem.
E mais do que isso o planejamento é uma ferramenta de auto avaliação, de reflexão, de pesquisa, de busca, pois para planejar os conteúdos é preciso pesquisar em diversas fontes, ler, ver o que ajudaria mais na aprendizagem dos alunos, e quando algo não está dando certo, se os alunos estão com dificuldades o professor precisa refletir sobre seu plano, se está bom, ou não, o que precisaria mudar, se esta adaptado a turma, seu ritmo, tempo.
Freire (1996, pág. 52)
Gosto de ser homem, de ser gente, porque não está dado como certo, inequívoco, irrevogável que sou ou serei decente, que testemunharei sempre gestos puros, que sou ou serei justo, que respeitarei os outros, que não mentirei escondendo o seu valor porque a inveja de sua presença no mundo me incomoda e me enraivece. Gosto de ser homem, de ser gente, porque sei que minha passagem pelo mundo não é predeterminada, preestabelecida. Que o me “destino” não é um dado mas algo que precisa ser feito e de cuja responsabilidade não posso me eximir. Gosto de ser porque a História que me faço com os outros e de cuja feitura tomo parte é um tempo de possibilidades e não de determinismo. Daí que insista tanto na problematização do futuro e recuse sua inexorabilidade.
Essas palavras de Freire fazem refletir sobre a arte de educar, além de o professor ter que conhecer os conteúdos, porque se não fosse assim não conseguiria ensinar aos seus alunos, precisa conhecer a rotina da escola, a organização da sua sala de aula, para poder elaborar seu planejamento respeitando o tempo e os espaços da escola para usá-los, explorá-los da melhor forma possível, usando de todos os recursos para garantir a aprendizagem dos alunos, deve também conhecer os processos de construção do conhecimento, as fases de desenvolvimento, para assim poder diagnosticar, intervir de forma a estimular, acrescentar na vida escola dos educandos.
Porém a arte de educar vai além, o professor trabalha com gente, com pessoas cheias de sonhos, de desejos, de medo, angústias, frustrações, e para muitas estar na escola não interessa, entretanto para outros a escola é a salvação, a oportunidade de uma vida melhor, mais digna, mais respeitada. Por isso o professor precisa buscar a participação, a interação dos alunos para que eles mesmos sejam os autores da sua história, do seu processo de ensino aprendizagem, e somente o educador conhecendo seus alunos e suas realidades é que ele poderá ensinar e despertar a autonomia em cada um, pois todos tenham sua vida fora da escola e os seus saberes, suas vivências que influenciam, refletem dentro da sala de aula.
                De acordo com Freire, (1996, pág. 81):
Como educador preciso ir “lendo” cada vez melhor a leitura do mundo que os grupos populares com quem trabalho fazem seu contexto imediato e do maior de que o seu é parte. O que quero dizer é o seguinte: não posso de maneira alguma, nas minhas relações político-pedagógicas com os grupos populares, desconsiderar seu saber de experiência feito. Sua explicação do mundo de que faz parte a compreensão de sua própria presença no mundo. E isso tudo vem explicitado ou sugerido ou escondido no que chamo “leitura do mundo” que precede sempre a “leitura da palavra”.
O professor precisa ter respeito por seus alunos, buscando conhecer os saberes que já possuem e aos poucos ir modificando-os, tornando-os mais científicos, mas jamais desprezando os saberes adquiridos através das suas experiências, pois estes são muito importantes e é através deles que eles tenham algum conhecimento de mundo. Além do mais, o educador embora possua mais conhecimentos do que os alunos, ele não é o dono da verdade, ambos ensinam e aprendem mutuamente. E é este conhecimento da realidade dos alunos, que faz o professor pensar criticamente a sua prática, que tipo de profissional ele deve ser, quais e como os ensinamentos devem ser ensinados.
A escola deve ser como diz Freire, um lugar de possibilidades, de construção de mudança, de generosidade, sensibilidade, de aquisição de novos saberes, e de colocá-los em prática, a escola deve ser um lugar para pensar, re-pensar, de modificar, de pesquisar, de aceitação do novo, de rejeição a qualquer tipo de discriminação, de comprometimento, de dialogo, de criticidade e também de utopia.

3.    Conclusão


Sendo assim através deste trabalho é possível concluir que, o estágio é de suma importância para a formação acadêmica de qualquer profissional, pois eles aproxima das vivências de uma escola e da rotina de um professor. Também pode-se colocar em prática tudo o que foi estudado, percebendo que nem sempre o que a teoria diz é o que acontece, mas que é através dela que é possível entender o porque de muitas situações, sendo assim teoria e prática se complementam, uma depende da outra.
Por isso o professor deve estar sempre buscando novos aprendizados, a fim de acompanhar a evolução dos tempos e dos alunos, o professor precisa sempre estar pensando criticamente a sua prática para perceber se o seu trabalho esta andando no caminho certo e quando for preciso fazer as modificações necessárias para desenvolver um bom trabalho, pois o professor ensinam mas também aprende, aluno e professor é um troca de saberes.
Dessa forma adquirimos durante o período de estágio algumas experiências, e talvez a principal delas é que sempre precisamos estar aprendendo, lendo, buscando novos aprendizados, porque tudo o que se aprende nunca é demais,  e é preciso estar sempre acompanhando as novidades, pois a escola é lugar de possibilidades.

4.    Referências Bibliográficas


A organização do espaços, dos materiais e dos tempos na Educação Infantil. (Texto)
Escola, Nova. Entrevista: O que marca a excelência de uma escola de Educação Infantil é a qualidade das pessoas que lá trabalham. Ed. Abril, 2013.
Cury, Augusto. Pais brilhantes, professores fascinantes. Rio de Janeiro: Sextante, 2008.
Fases de desenvolvimento. www.mundodoabc. Acesso 23/11/2013 às 15:06
Freire, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996 (Coleção Leitura)
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
Tiba, Içami. Quem ama educa!: formando cidadãos éticos. São Paulo: Integrare Editora, 2007.
O planejamento no contexto escolar. (Texto)


Nenhum comentário:

Postar um comentário