APRESENTAÇÃO
Este trabalho tem por
objetivo discutir o papel da gestão escolar diante das situações limites
encontradas durante a prática de estágio, entendendo que este processo de
gestão tem o papel de intermediar as relações entre escola e comunidade
primando pelo melhor desenvolvimento do aprendizado, analisando o projeto
político-pedagógico e as atitudes da instituição frente a obstáculos que
interferem na dinâmica escolar, ou seja, demonstrar as modificações que a
escola conseguirá realizar diante das situações problemas.
Neste texto discutirei sobre
a gestão escolar como forma democrática entre os segmentos que dela fazem
parte, diante disto analisarei o projeto-pedagógico como instrumento
orientador, as metas e objetivos da escola, sua finalidade e compromisso, demonstrando
ainda as situações limites ao inédito viável, ou seja, analisar como a escola
se propõe a enfrentar estes desafios e apresentar estratégias possíveis para
melhorar ainda mais o processo de ensino desenvolvido nesta instituição.
DAS SITUAÇÕES LIMITES AO INÉDITO VIÁVEL
Com
base nos estudos realizados a partir de embasamentos teóricos, investigações e
observações na prática de estágio em Gestão escolar analisando a escola sobre o
seu funcionamento corrobora-se a importância do Projeto Político Pedagógico e
do Regimento Escolar, para a estruturação dos estabelecimentos de ensino e para
uma gestão embasada em processos democráticos. A partir desta perspectiva, o
objetivo deste trabalho é discutir as situações limites presentes no ambiente
escolar relacionando-as com o processo de aprendizagem, para fins de apresentar
estratégias viáveis para o melhoramento deste processo.
Através
da prática realizada na Escola Estadual de Ensino Médio Nossa Senhora das
Vitórias foi possível constatar que o funcionamento da instituição é feita de
maneira democrática, com a participação de todos os segmentos envolvidos no
processo de ensino¸ sendo que todas as decisões são tomadas através de reuniões
e assembleias, embasadas ainda, no Projeto Político-Pedagógico
(PPP) e no Regimento Escolar.
No Regimento Escolar estão
as normas da escola, é o documento que rege a escola e o Projeto
Político-Pedagógico é o documento que direciona a escola, é o elemento
norteador das ações que constituem o processo de autonomia e tem que estar de
acordo com o regimento da escola.
O Projeto
Político-Pedagógico da escola deve refletir a dinâmica da instituição. Nele estão
explicitados os objetivos, anseios, desejos, ou seja, tudo aquilo que a escola
pretende alcançar. O PPP busca uma nova direção e um novo sentido, intermediado
por forças internas e externas, visando atingir os objetivos esperados e
reunindo ações explícitas e intencionais para a compreensão da escola que temos
e a construção da escola que queremos.
A escola tem como
compromisso com a comunidade o desenvolvimento com todas as pessoas da
comunidade envolvidas no processo educacional, de alunos capazes de responder
aos desafios de uma sociedade em constante mudança, formando indivíduos
dinâmicos, críticos e solidários, capazes de construir seu próprio
conhecimento.
A escola tem por finalidade
o desenvolvimento integral do aluno, visando o crescimento do senso crítico e o
preparo para o exercício da cidadania. O objetivo da escola é desenvolver o
processo de planejamento para haver o comprometimento de todos os envolvidos
com o ato educativo, construindo uma escola voltada para a valorização do
pedagógico e do aluno como um todo, usando seu potencial como um cidadão agente
da transformação social, contando com a escola como um espaço de elaboração, de
inovações constantes, integrando assim a ação coletiva de todos os segmentos da
comunidade escolar.
Conforme Rescia e Gentilini
(2006) é necessário que a escola desenvolva mecanismos institucionais que
excitem a participação dos atores sociais envolvidos com a educação. Nesse
sentido, a escola pode ter como meio facilitador a sua gestão, pois através do
incentivo e do desenvolvimento de uma prática democrática e participativa é
possível melhorar estas relações.
As metas da escola é estimular a participação do aluno e
sua família nas atividades escolares e intensificar as relações socialmente
relevantes para a comunidade escolar, promover uma gestão participativa,
transparente, com a colaboração e comprometimentos de todos os segmentos,
através de palestra educativa, buscar o resgate dos valores para ajudar na
formação de cidadãos conscientes e responsáveis. Diante destas metas
percebeu-se que existem algumas situações limites que perturbam o bom
desenvolvimento da dinâmica escolar, dentre elas o desinteresse dos alunos em
relação à aprendizagem e a falta de comprometimento dos pais na vida escolar
dos filhos, desta forma busquei revisar o Projeto Político Pedagógico da escola
identifiquei momentos que se aproximam da situação limite que aqui destaquei,
pois “a compreensão dos limites da prática educativa demanda indiscutivelmente
a claridade política dos educadores com relação a seu projeto” (FREIRE, 2001)
Em certas situações que
observei no âmbito escolar verifiquei o desinteresse dos alunos pelo estudo,
pois nos horários de aula existem muitos alunos transitando nos corredores da
escola. Diante deste fato conversei com vários segmentos para entender porque é
tão difícil envolver os pais na dinâmica escolar, e o porquê do desinteresse
dos alunos nas práticas escolares. Em conversa informal com alguns professores
relataram que os alunos costumam deixar a sala de aula sem justificativas, não
apresentam interesse pelos conteúdos ministrados. Em conversa com um aluno do
ensino médio, relatou-me: “Não acho interessante o conteúdo, é ministrado de
forma cansativa e a turma faz muito barulho não sendo possível ter concentração”.
Com isso é possível perceber que é necessário uma mudança nas didáticas de
ensino, que com minhas observações verifiquei que já estão em transformação,
pois os professores frequentam uma formação continuada que os atualiza e lhes
fornece suporte para trabalhar com as demandas mais atuais das crianças e
adolescentes.
Cabe aos
profissionais da educação fazerem valer o seu papel de educador, dando ênfase a
um ensino mais democrático, com diálogos abertos, com informações que provoquem
reflexões a respeito dos fatos sociais existentes. É importante que se trabalhe
sempre com o concreto, assim o educando se sentirá estimulado a criar situações
como todo o processo democrático, que é um caminho que se faz ao caminhar, o
que não elimina a necessidade de refletir previamente a respeito dos obstáculos
e potencialidades que a realidade apresenta para a ação. (PARO, 1997, p. 17
apud CABRAL, A.M., p. 3)
Em relação à participação
dos pais em uma conversa informal com a supervisora da escola, a mesma relatou-me:
“Que maior dificuldade em relação ao aprendizado é a falta de apoio dos pais,
que as justificativas mais frequentes são que após certa idade não acham mais
necessário acompanhar os filhos, dão liberdade de escolha, ou também pela
jornada de trabalho que não lhes permite frequentar a escola”.
Conforme (Libâneo, 2001 apud
Rescia e Gentilini, 2006):
A conquista da
cidadania requer um esforço dos educadores em estimular instâncias e práticas
de participação popular. A participação da comunidade possibilita à população o
conhecimento e a avaliação dos serviços oferecidos e a intervenção organizada
na vida da escola podendo influenciar na democratização da gestão e na melhoria
da qualidade de ensino (p. 1).
As instituições escolares
tem o desafio de buscar através da gestão escolar formas de interação mais
efetivas entre elas, que se tornam instrumentos de inovação educacional dentro
desta perspectiva democrática para que haja implementação da cultura de parceria
construtiva entre essas duas instituições. (RESCIA E GENTILINI, 2006)
Para melhorar estes pontos a
escola deve dar continuidade ao resgate de valores, desenvolvendo atividades
sobre respeito, cortesia e amizade, promover atividades variadas que motivem os
alunos a permanecerem em aula, oportunizar momentos de trabalhos diversificados
que envolvam os alunos.
Responsabilizar os pais na
forma da lei, quando não comparecer para acompanhar na aprendizagem do filho.
Manter os pais cientes da situação de seu filho na escola, através de boletins,
chamadas eventuais na escola, promover festas e reuniões com a participação dos
pais.
Promover palestras com os
pais com psicopedagoga e psicólogo, para o melhor acompanhamento de seus
filhos, palestra com o promotor de justiça com o objetivo claro de auxiliar e
esclarecer a responsabilidade dos pais, suas obrigações e quais as
consequências pelo descaso em relação à educação de seus filhos, convidar os
pais para que participem do conselho de classe de seus filhos, para que eles
entendam o quanto é importante o envolvimento deles na vida escolar de seus
filhos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através
dos trabalhos até aqui realizados e com as observações na prática escolar
percebi que ainda há falhas nas dinâmicas entre a escola e a família e isto tem
por consequência o desinteresse dos alunos e familiares.
Ainda
é necessário que a escola desenvolva algumas estratégias que envolvam os pais
nas práticas escolares, como mencionei, palestras e atividades que salientem
sua responsabilidade de pais e ainda que favoreçam a interação lúdica para
promover a união e parceria entre família e escola.
REFERÊNCIAS:
-
CABRAL, A.M. O Projeto
Político-Pedagógico como mecanismo para uma efetiva gestão escolar democrática
e participativa. Disponível em: http://www.anpae.org.br/simposio2011/cdrom2011/PDFs/trabalhosCompletos/comunicacoesRelatos/0075.pdf. Acesso em
10/08/2013.
- FREIRE, P. Política e educação: ensaio. 5. ed -
São Paulo, Cortez, 2001. (Coleção Questões de Nossa Época; v.23)
-
Projeto Político-Pedagógico da escola Estadual de Ensino Médio Nossa Senhora
das Vitórias.
-
RESCIA & GENTILINI. Interação escola
e família mediada pela gestão escolar: Um estudo de caso, 2006. Disponível
em: http://seer.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/428/308. Acesso em: 10/08/2013
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