quinta-feira, 3 de abril de 2014

DAS SITUAÇÕES LIMITES AO INÉDITO VIÁVEL

APRESENTAÇÃO

Este trabalho tem por objetivo discutir o papel da gestão escolar diante das situações limites encontradas durante a prática de estágio, entendendo que este processo de gestão tem o papel de intermediar as relações entre escola e comunidade primando pelo melhor desenvolvimento do aprendizado, analisando o projeto político-pedagógico e as atitudes da instituição frente a obstáculos que interferem na dinâmica escolar, ou seja, demonstrar as modificações que a escola conseguirá realizar diante das situações problemas.
Neste texto discutirei sobre a gestão escolar como forma democrática entre os segmentos que dela fazem parte, diante disto analisarei o projeto-pedagógico como instrumento orientador, as metas e objetivos da escola, sua finalidade e compromisso, demonstrando ainda as situações limites ao inédito viável, ou seja, analisar como a escola se propõe a enfrentar estes desafios e apresentar estratégias possíveis para melhorar ainda mais o processo de ensino desenvolvido nesta instituição.








DAS SITUAÇÕES LIMITES AO INÉDITO VIÁVEL

Com base nos estudos realizados a partir de embasamentos teóricos, investigações e observações na prática de estágio em Gestão escolar analisando a escola sobre o seu funcionamento corrobora-se a importância do Projeto Político Pedagógico e do Regimento Escolar, para a estruturação dos estabelecimentos de ensino e para uma gestão embasada em processos democráticos. A partir desta perspectiva, o objetivo deste trabalho é discutir as situações limites presentes no ambiente escolar relacionando-as com o processo de aprendizagem, para fins de apresentar estratégias viáveis para o melhoramento deste processo.
Através da prática realizada na Escola Estadual de Ensino Médio Nossa Senhora das Vitórias foi possível constatar que o funcionamento da instituição é feita de maneira democrática, com a participação de todos os segmentos envolvidos no processo de ensino¸ sendo que todas as decisões são tomadas através de reuniões e assembleias, embasadas ainda, no Projeto Político-Pedagógico (PPP) e no Regimento Escolar.
No Regimento Escolar estão as normas da escola, é o documento que rege a escola e o Projeto Político-Pedagógico é o documento que direciona a escola, é o elemento norteador das ações que constituem o processo de autonomia e tem que estar de acordo com o regimento da escola.
O Projeto Político-Pedagógico da escola deve refletir a dinâmica da instituição. Nele estão explicitados os objetivos, anseios, desejos, ou seja, tudo aquilo que a escola pretende alcançar. O PPP busca uma nova direção e um novo sentido, intermediado por forças internas e externas, visando atingir os objetivos esperados e reunindo ações explícitas e intencionais para a compreensão da escola que temos e a construção da escola que queremos.
A escola tem como compromisso com a comunidade o desenvolvimento com todas as pessoas da comunidade envolvidas no processo educacional, de alunos capazes de responder aos desafios de uma sociedade em constante mudança, formando indivíduos dinâmicos, críticos e solidários, capazes de construir seu próprio conhecimento.
A escola tem por finalidade o desenvolvimento integral do aluno, visando o crescimento do senso crítico e o preparo para o exercício da cidadania. O objetivo da escola é desenvolver o processo de planejamento para haver o comprometimento de todos os envolvidos com o ato educativo, construindo uma escola voltada para a valorização do pedagógico e do aluno como um todo, usando seu potencial como um cidadão agente da transformação social, contando com a escola como um espaço de elaboração, de inovações constantes, integrando assim a ação coletiva de todos os segmentos da comunidade escolar.
Conforme Rescia e Gentilini (2006) é necessário que a escola desenvolva mecanismos institucionais que excitem a participação dos atores sociais envolvidos com a educação. Nesse sentido, a escola pode ter como meio facilitador a sua gestão, pois através do incentivo e do desenvolvimento de uma prática democrática e participativa é possível melhorar estas relações.
As metas da escola é estimular a participação do aluno e sua família nas atividades escolares e intensificar as relações socialmente relevantes para a comunidade escolar, promover uma gestão participativa, transparente, com a colaboração e comprometimentos de todos os segmentos, através de palestra educativa, buscar o resgate dos valores para ajudar na formação de cidadãos conscientes e responsáveis. Diante destas metas percebeu-se que existem algumas situações limites que perturbam o bom desenvolvimento da dinâmica escolar, dentre elas o desinteresse dos alunos em relação à aprendizagem e a falta de comprometimento dos pais na vida escolar dos filhos, desta forma busquei revisar o Projeto Político Pedagógico da escola identifiquei momentos que se aproximam da situação limite que aqui destaquei, pois “a compreensão dos limites da prática educativa demanda indiscutivelmente a claridade política dos educadores com relação a seu projeto” (FREIRE, 2001)
Em certas situações que observei no âmbito escolar verifiquei o desinteresse dos alunos pelo estudo, pois nos horários de aula existem muitos alunos transitando nos corredores da escola. Diante deste fato conversei com vários segmentos para entender porque é tão difícil envolver os pais na dinâmica escolar, e o porquê do desinteresse dos alunos nas práticas escolares. Em conversa informal com alguns professores relataram que os alunos costumam deixar a sala de aula sem justificativas, não apresentam interesse pelos conteúdos ministrados. Em conversa com um aluno do ensino médio, relatou-me: “Não acho interessante o conteúdo, é ministrado de forma cansativa e a turma faz muito barulho não sendo possível ter concentração”. Com isso é possível perceber que é necessário uma mudança nas didáticas de ensino, que com minhas observações verifiquei que já estão em transformação, pois os professores frequentam uma formação continuada que os atualiza e lhes fornece suporte para trabalhar com as demandas mais atuais das crianças e adolescentes.
Cabe aos profissionais da educação fazerem valer o seu papel de educador, dando ênfase a um ensino mais democrático, com diálogos abertos, com informações que provoquem reflexões a respeito dos fatos sociais existentes. É importante que se trabalhe sempre com o concreto, assim o educando se sentirá estimulado a criar situações como todo o processo democrático, que é um caminho que se faz ao caminhar, o que não elimina a necessidade de refletir previamente a respeito dos obstáculos e potencialidades que a realidade apresenta para a ação. (PARO, 1997, p. 17 apud CABRAL, A.M., p. 3)

Em relação à participação dos pais em uma conversa informal com a supervisora da escola, a mesma relatou-me: “Que maior dificuldade em relação ao aprendizado é a falta de apoio dos pais, que as justificativas mais frequentes são que após certa idade não acham mais necessário acompanhar os filhos, dão liberdade de escolha, ou também pela jornada de trabalho que não lhes permite frequentar a escola”.
Conforme (Libâneo, 2001 apud Rescia e Gentilini, 2006):
A conquista da cidadania requer um esforço dos educadores em estimular instâncias e práticas de participação popular. A participação da comunidade possibilita à população o conhecimento e a avaliação dos serviços oferecidos e a intervenção organizada na vida da escola podendo influenciar na democratização da gestão e na melhoria da qualidade de ensino (p. 1).

As instituições escolares tem o desafio de buscar através da gestão escolar formas de interação mais efetivas entre elas, que se tornam instrumentos de inovação educacional dentro desta perspectiva democrática para que haja implementação da cultura de parceria construtiva entre essas duas instituições. (RESCIA E GENTILINI, 2006)
Para melhorar estes pontos a escola deve dar continuidade ao resgate de valores, desenvolvendo atividades sobre respeito, cortesia e amizade, promover atividades variadas que motivem os alunos a permanecerem em aula, oportunizar momentos de trabalhos diversificados que envolvam os alunos.
Responsabilizar os pais na forma da lei, quando não comparecer para acompanhar na aprendizagem do filho. Manter os pais cientes da situação de seu filho na escola, através de boletins, chamadas eventuais na escola, promover festas e reuniões com a participação dos pais.
Promover palestras com os pais com psicopedagoga e psicólogo, para o melhor acompanhamento de seus filhos, palestra com o promotor de justiça com o objetivo claro de auxiliar e esclarecer a responsabilidade dos pais, suas obrigações e quais as consequências pelo descaso em relação à educação de seus filhos, convidar os pais para que participem do conselho de classe de seus filhos, para que eles entendam o quanto é importante o envolvimento deles na vida escolar de seus filhos.



CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através dos trabalhos até aqui realizados e com as observações na prática escolar percebi que ainda há falhas nas dinâmicas entre a escola e a família e isto tem por consequência o desinteresse dos alunos e familiares.
Ainda é necessário que a escola desenvolva algumas estratégias que envolvam os pais nas práticas escolares, como mencionei, palestras e atividades que salientem sua responsabilidade de pais e ainda que favoreçam a interação lúdica para promover a união e parceria entre família e escola.


REFERÊNCIAS:

- CABRAL, A.M. O Projeto Político-Pedagógico como mecanismo para uma efetiva gestão escolar democrática e participativa. Disponível em: http://www.anpae.org.br/simposio2011/cdrom2011/PDFs/trabalhosCompletos/comunicacoesRelatos/0075.pdf. Acesso em 10/08/2013.

- FREIRE, P. Política e educação: ensaio. 5. ed - São Paulo, Cortez, 2001. (Coleção Questões de Nossa Época; v.23)

- Projeto Político-Pedagógico da escola Estadual de Ensino Médio Nossa Senhora das Vitórias.

- RESCIA & GENTILINI. Interação escola e família mediada pela gestão escolar: Um estudo de caso, 2006. Disponível em: http://seer.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/428/308. Acesso em: 10/08/2013



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