ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS
PARA O ENSINO DE ALUNO SURDO
Estudando Libras, pude ver a importância dessa língua para os sujeitos surdos e de como é importante a presença de um intérprete de libras na sala de aula de um aluno surdo. A língua de sinais é essencial, para que o surdo possa aprender, desde pequeno a se comunicar, e a entender o mundo em que vive. Aprendendo a língua de sinais desde pequeno, poderá aprender a língua falada e escrita, mas a língua de sinais é a que deve prevalecer, fazendo com que as pessoas façam uso dela quando estão junto dos surdos.
Ao dar aulas para alunos surdos há que se
considerar suas singularidades, estabelecer relações com o que é vivido fora da
escola, buscar estratégias em textos literários, manchetes de revistas e
jornais, programas de televisão e até mesmo mapas conceituais de modo a tentar
a aprendizagem mais significativa do aluno surdo, não apenas apresentando os
conteúdos em libras, mas explicar os conteúdos de sala de aula utilizando toda
a potencialidade visual que essa língua tem. Além disso, o trabalho do
interprete de libras será muito mais efetivo quando a informação visual for
acessível, pois com e sobre ela o aluno surdo poderá construir conceitos e
poderá questionar o que esta sendo apresentado pelo professor, dando
oportunidades para uma aprendizagem mais reflexiva e efetiva.
Assim,
a pedagogia visual a ser usada na educação de surdos tem várias nuances ricas e
inexploradas, de imagens, significado e semiótica visual na prática educacional
cotidiana e para ampliar o leque de “olhares” aos sujeitos surdos, de sua
capacidade de captar e compreender o saber do pensamento imagético do surdo.
Poucas são as produções teórico-metodológicas relacionadas à pedagogia visual,
na área da surdez sendo assim um novo campo de estudos que pode colaborar para
a educação e beneficiar não apenas o sujeito surdo, mas ampliar a possibilidade
de aprendizagem para todos. Campello traz reflexões para o uso da língua de
sinais, pois tem campo pouco explorado, sua característica viso-gestual possui
uma diversidade de signos e de outros sistemas de significado, por meio da
velocidade, movimentação e de expressividade da leveza das mãos, braços e que
podem configurar desenhos e de
expressões faciais que são muitas vezes ininteligíveis para percepção do olhar
humano menos treinado, mas que pode ser muito significativa para o olhar surdo.
O
papel do professor é fundamental para o aprendizado do aluno surdo, conhecer a
realidade desse aluno, se ele conhece e usa a libras para se comunicar com a
família e amigos, tratando-os com naturalidade e respeitando o seu tempo para
que tenha um bom aprendizado e para que se sinta igual aos demais colegas.
Desenvolver um bom planejamento que busque práticas de ensino adequadas à
realidade do aluno surdo com o uso das libras, língua que deve ser valorizada
em sala de aula, com o uso de recursos visuais e que o trabalho conjunto com um
intérprete só tem a agregar esse processo educacional.
O desenvolvimento do aluno surdo dependerá
do ambiente em que vive. Se a criança ou jovem surdo não tiver o apoio da
família, dos amigos e da escola não terá oportunidade de desenvolver sua total
capacidade de aprendizagem, compreensão e desenvolvimento cognitivo. A
qualidade de aprendizagem do surdo vai depender da contribuição de cada participante
no uso de estratégias para seu pleno desenvolvimento.
Por isso
a importância da escola ser um espaço aberto, de dialogo, de reflexão, por que
do mesmo modo que ela pode proporcionar um mundo de possibilidades para os seus
educandos, se ela não estiver preparada, adequada, ela pode desestimular os
alunos, principalmente os surdos, não na questão somente da convivência por que
isso elas conseguem fazer bem, conviver em grupo, se comunicar, mas em questões
de aprendizados, de conseguir buscar exemplos nos cotidiano, de dar sentido
aquilo que o professor ensina. Dessa forma, creio que seja muito interessante a
escola ter professores especializados, mas não para atender somente os alunos
surdos, mas sim os professores e alunos ouvintes, para que estes possam
entender e interagir com os surdos no mundo deles, ou seja, uma troca um
aprendendo com o outro.
Sendo
assim, nós futuros educadores devemos estar sempre abertos ao dialogo, a
aprender com o novo, e buscar no que parece difícil, impossível, um motivo a
mais para buscar novos conhecimentos, de continuar pesquisando, pensando
criticamente sobre a prática. Para trabalhar não somente com os surdos, mas com
todos os alunos.
“A cultura surda é o jeito de o sujeito surdo
entender o mundo, e de modifica-lo a fim, de torna-lo acessível e habitável,
ajustando-o com suas percepções visuais, que contribuem para a definição das
identidades surdas e das almas das comunidades surdas, que abrigam a língua, as
ideias, as crenças, os costumes e os hábitos do povo surdo.”
Por Marta Oliveira Pötter estudante CLPD UFPel.
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